Vice-presidente Michel Temer mantém diálogo com a oposição e com Lula
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) conseguiu nos últimos dias algo
raro na política brasileira: a união dos senadores tucanos Aécio Neves
(MG) e José Serra (SP) e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em
torno de uma estratégia comum que tem como objetivo a disputa pela
Presidência. Até meses atrás, apenas Serra era um entusiasta da ideia de
ver o peemedebista no Planalto. Aécio jogava para tirar Temer e Dilma
de uma só tacada e disputar uma nova eleição. Alckmin queria manter a
presidente no cargo até 2018, quando também termina o mandato dele no
Palácio dos Bandeirantes.
Por conta das movimentações de seu vice, Dilma não esconde a
preocupação com o afastamento cada vez maior dele e pediu aos
articuladores políticos do governo que monitorem o PMDB com lupa. Nos
bastidores, ministros avaliam que Temer flerta com o PSDB para assegurar
sua ascensão ao poder e vai lavar as mãos em relação ao processo de
impeachment.
O vice tem conversado há tempos com os tucanos, movimento visto no
Planalto como “conspiração”. Com o mote da “pacificação nacional”,
porém, Temer circula na oposição e é assíduo interlocutor do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fato que intriga até mesmo
petistas.
A possibilidade de debandada do PMDB começou a inquietar o governo na
sexta-feira, quando o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB),
aliado de Temer, pediu demissão. Desde então, o Planalto redobrou o
cuidado na checagem do índice de fidelidade do principal partido da
coligação, que ganhou sete ministérios há dois meses. (Pararijos NEWS)
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