Da Redação
Nos primeiros interrogatórios, realizados na última semana, a maioria dos acusados confirmou a existência do esquema fraudulento, mas Mônica Pinto - ex-chefe da folha de pagamento e da Divisão de Pessoal da Alepa - foi apontada como idealizadora e pessoa que mais se beneficiava com as irregularidades. Semel Charone, ex-chefe de gabinete civil da Presidência, por exemplo, admitiu que indicou nomes de amigos e familiares, entre eles a própria sogra, o marido e uma empregada doméstica, para figurarem como servidores do Poder Legislativo, sem que eles trabalhassem lá. Porém, alegou que foi pressionada por Mônica a participar do esquema e que era Mônica quem ficava com a maior parte do dinheiro.
Mylene Rodrigues, outra ré, foi além, e afirmou que Mônica pediu documentos de pessoas carentes para fazer um cadastro de doação de brinquedos e alimentos e que a ex-chefe da Divisão de Pessoal inseriu essas pessoas na folha de pagamento da Alepa sem que ela soubesse. Admitiu que eram depositados valores a mais na sua conta do Banpará, que chegavam a R$ 25 mil por mês - além do seu salário de R$ 800 -, mas garantiu que entregava todo esse dinheiro à Mônica e esta, por sua vez, lhe devolvia um percentual bem menor, que correspondia a cerca de R$ 2 mil. Ainda segundo Mylene, receber esse dinheiro foi a condição imposta para que ela pudesse trabalhar na Assembleia.
“Nos próximos, a gente só espera tiroteio em cima dela. Mas todos estão admitindo que recebiam dinheiro ilegal”, declarou o advogado de Mônica Pinto, Luciel Caxiado, sobre o fato dos acusados estarem apontando a responsabilidade das irregularidades apenas para a sua cliente. Segundo ele, isso já era esperado. Com o benefício da delação premiada homologado pela juíza Alda Tuma, Mônica foi a primeira a ser ouvida, dando detalhes do esquema de desvio de dinheiro público que acontecia na Assembleia Legislativa e explicando a participação de cada réu na ação fraudulenta. Declarou que ganhou cerca de R$ 300 mil com as irregularidades.
Os advogados dos demais réus têm criticado o acordo de delação premiada concedido a Mônica. Roberto Lauria, que defende Robgol e Maria Genuína, chegou a dizer essa semana que a “pseudo delação premiada” está cheia de vícios e erros e que Mônica “está jogando um pouco de vingança para alguns desafetos que tinha na Casa”. A delatora teria problemas pessoais com Maria Genuína e também manteve um relacionamento com Robgol, que não teria terminado de forma amistosa. Para ler a matéria completa, assine O Liberal Digital! (Pararijos NEWS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário