PF e outros órgãos
federais cumprem mandados de prisão na RMB e em Tailândia, Santarém,
Portel e Almeirim. (Foto: Bruno Carachesti/Diário do Pará)
A operação
Tabebúia – nome científico da árvore ipê - iniciou, na manhã de ontem, o
cumprimento de mandados judiciais para combater um esquema de
desmatamento ilegal e farsa em sistemas florestais que envolvem 5
empresas exportadoras de madeira com atuação no Pará. A fraude
ultrapassa R$28, 4 milhões. Até o final da manhã de ontem, 3 mandados de
condução coercitiva e 8 de prisão temporária haviam sido cumpridas,
sendo 6 na Região Metropolitana de Belém (RMB).
Iniciada a partir de uma suspeita do
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), as investigações flagraram uma concentração de ipê superior à
declarada no plano de manejo florestal intitulado PMFS Jovino Vilhena,
também chamado de Fazenda Esmeralda, que está localizado no município de
Santarém. Através dos dados do Sisflora – sistema que registra a
movimentação dos produtos florestais comercializados – foi identificado
que tal plano afirmava transportar grandes quantidades de ipê para a
empresa exportadora Jari Florestal S/A, localizada a 500 km da sede do
plano de manejo.
Porém, as declarações apontavam que o
percurso entre o plano e a Jari era cumprido em uma hora e, em alguns
casos em até em 10 minutos, quando seriam necessários dias para
cumpri-lo. Tratava-se de transportes de madeira ‘virtuais’ que eram
registrados no sistema, mas que não existiam na prática. As
movimentações feitas apenas pelo PMSF Jovino Vilhena entre 23 de
dezembro de 2014 e 27 de fevereiro de 2015 já foram responsáveis por um
rombo de R$28, 4 milhões, sendo R$11,7 milhões relacionados às
transações apenas de ipê.
Segundo o superintendente do Ibama,
Alex Lacerda, do total de planos de manejo vistoriados pelo instituto,
foram identificadas fraudes em mais de 90%. “Essas empresas estão
bloqueadas, não podem comercializar, já foram autuadas e vão responder,
agora, criminalmente”, garante. Além do Pará, a ação envolveu ainda
buscas e apreensões nos Estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo.
A operação é realizada em conjunto
pela Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF), Ibama e
Justiça Federal. Procuradora do MPF, Nayana Fadul explicou que a fraude
era executada para ‘esquentar’ carregamentos de madeira ilegais que eram
extraídas de áreas indígenas ou de proteção ambiental. Declarando,
através da inserção de créditos de madeira ‘virtuais’ no sistema, que o
carregamento havia sido retirado de uma área com permissão para tal, os
fraudadores faziam com que a madeira comercializada parecesse ‘legal’.
EMPRESAS
EMPRESAS
Conforme a PF, a partir da
identificação do envolvimento do Plano de Manejo Jovino Vilhena com a
empresa Jari Florestal S/A, iniciou-se o estabelecimento de vínculos do
mesmo plano florestal com outras 4 empresas que também teriam recebido
ipê. São elas: Pampa Exportações; Irmãos Alvarenga Indústria e Comércio
de Madeira; KM Comércio e Exportação de Madeiras e a Legno Trade
Comércio, Importação e Exportação de Madeira. (Pararijos NEWS)
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