YURI AGE
Da Sucursal de Brasília
Com destaque para os setores de logística e de mineração,
investimentos privados deverão injetar R$ 101,5 bilhões na economia
paraense até 2020. É o que indica relatório inédito do Departamento de
Pesquisa Macroeconômica do Banco Itaú Unibanco. Com exclusividade para O
LIBERAL, a instituição financeira fez uma projeção para o cenário
econômico paraense e indica que o maior volume de investimentos se dará
na região sudeste do Estado. A expectativa é que 51% se concentrem nos
municípios daquela região. O restante deverá ser dividido pelas regiões
nordeste (41%), Baixo Amazonas (7,8%) e Metropolitana (1,7%).
Dentre os investimentos no Estado, ganham destaque os empreendimentos
anunciados pela Cevital, grupo argelino que deverá investir US$ 250
milhões no Complexo Industrial de Barcarena; o projeto S11D da Vale, com
investimentos de mais de R$ 50 bilhões, somados à construção da mina e
da ferrovia para escoamento. Dos investimentos previstos para o setor
logístico, chamam atenção os R$ 48 bilhões injetados pela iniciativa
privada na construção e ampliação de terminais portuários.
Apesar do grande volume de investimentos, para conseguir um
crescimento de longo prazo é preciso que o Pará supere alguns gargalos
na produção. O relatório define como maior desafio para o Estado
investir na qualificação da mão de obra.
A baixa escolaridade dos trabalhadores paraenses impacta diretamente
na internalização das riquezas. Apesar de se mostrar uma economia
dinâmica e atrativa aos investidores, o PIB per capita do Pará é
inferior à média na Região Norte e no Brasil. O relatório do Banco Itaú
Unibanco aponta que, em 2013, o PIB per capita do Estado atingiu o valor
de R$ 15.138, contra R$ 17.156 na Região Norte e R$ 26.389 no Brasil.
“O PIB per capita está diretamente relacionado à qualificação da mão de
obra. No Estado, 9,5% da população possui menos de um ano de estudo,
algo que nos chama bastante atenção. Para um crescimento de longo prazo,
é preciso investir na qualificação dos trabalhadores”, afirmou a
economista Paula Yamaguti, responsável pela produção do relatório.
Como forma de preparar a mão de obra paraense para atender os
empreendimentos que deverão se instalar no Pará, o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai-Pará) revela que somente para 2016, a
meta da instituição é matricular 102,3 mil pessoas em seus cursos de
qualificação e capacitação. Desse total, 20 mil serão ofertadas pelo
Programa de Gratuidade.
“Não apenas o Pará, mas o Brasil de um modo geral ainda não tem uma
cultura de investir em educação profissional, e isso é um dos gargalos
do desenvolvimento do país. Uma pesquisa realizada pela CNI
(Confederação Nacional da Indústria) mostra que, no país, apenas 6% dos
jovens com até 25 anos optam pela educação profissional, enquanto que em
países ricos, a exemplo da Finlândia, França e Alemanha, os índices
ultrapassam os 50%”, ressaltou o diretor regional do Senai-Pará, Gerson
Peres. (Pararijos NEWS)
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