A
ex-secretária de Estado Hillary Clinton e o senador Bernie Sanders
protagonizaram no domingo à noite uma longa discussão no quarto debate
entre os pré-candidatos à presidência do Partido Democrata para as
eleições de novembro nos Estados Unidos.
Clinton
e Sanders, ao lado do ex-governador de Maryland Martin O'Malley,
participaram em um debate fundamental para suas aspirações, pois dentro
de duas semanas Iowa receberá a primária que marcará o início do
processo de escolha partidário.
Diante
da necessidade de marcar posições, Clinton e Sanders exibiram
divergências em praticamente todos os temas, da política sobre a posse
de armas até os impostos, mas que teve seu momento mais crítico no
debate sobre o serviço de de saúde pública.
Hillary
Clinton, que durante o debate tentou afirmar-se como a continuidade da
presidência de Barack Obama, criticou a proposta de Sanders de renovar
todo o sistema, alegando que isto significaria "destruir" o modelo
vigente que é conhecido no país como Obamacare.
Apenas
duas horas antes do início do debate, o comitê de campanha de Sanders
divulgou um novo e completo programa de reforma do sistema público de
saúde. Desta maneira, os aspectos centrais da proposta não puderam ser
discutidos de maneira detalhada.
O palco vira ringue
"Desmontar
tudo o que fizemos (com a aprovação do Obamacare) e começar de novo...
Acredito que este é o caminho equivocado", disparou Clinton.
Na
resposta, Sanders disse que "o atendimento médico deveria ser um
direito de cada homem, mulher ou criança. Por quê nós gastamos três
vezes mais que os britânicos, que têm um sistema universal, e nós temos
29 milhões de pessoas sem seguro médico?".
No
centro da discussão está uma ideia que parece essencial aos democratas:
a elaboração de um sistema de seguro médico público e universal, que
enfrente os poderosos planos de saúde privados.
Durante
a discussão, a ex-secretária de Estado acusou Sanders de ter se
beneficiado do apoio do lobby dos fabricantes de armas, de não ter uma
estratégia clara para enfrentar o grupo radical Estado Islâmico e até
mesmo de ter criticado Obama em 2011.
Enquanto
o debate acontecia, o comitê de campanha de Clinton enviava
constantemente uma série e-mails sobre cada ponto tratado e praticamente
todas as mensagens continham ataques diretos a Sanders.
A
estratégia de Hillary Clinton foi a de tentar apresentar-se como a
candidata capaz de unificar o país. Ela se esforçou em recordar que,
como senadora, buscou acordos com líderes da oposição republicana.
O papel do dinheiro
Hillary,
no entanto, enfrentou um Bernie Sanders em excelente forma: o senador
utilizou dados concretos e até a ironia em seus ataques demolidores à
rival durante o debate.
Sanders,
que considera os maiores bancos do país os responsáveis por "corromper"
a política, recordou que Clinton recebeu mais de meio milhão de dólares
por conferências com os executivos de uma grande instituição bancárias.
"Eu nunca recebi dinheiro por fazer um discurso para o Goldman Sachs", alfinetou Sanders.
Os bancos, afirmou Sanders, têm muito poder econômico e devem ser atacados frontalmente.
O
carismático senador declarou que seu programa contempla o aumento dos
impostos para a classe média, mas garantiu que isto seria compensado com
gastos consideravelmente menores com a saúde.
A
intensidade da troca de acusações entre os principais aspirantes à
presidência do campo democrata é explicada pelas tendências dentro do
partido a apenas duas semanas do início das primárias.
Apesar
de liderar a disputa a nível nacional, Clinton pode perder nas duas
primeiras votações das primárias: 1 de fevereiro em Iowa, onde aparece
empatada com Sanders nas pesquisas, e 8 de fevereiro em New Hampshire,
onde Sanders tem uma boa vantagem nas pesquisas. (Pararijos NEWS)
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