(Foto: Marcelo Lelis)
O cerco começa a se
fechar em torno do empresário Eduardo Salles, sobrinho do governador
Simão Jatene e coordenador das campanhas eleitorais do PSDB no Nordeste
do Pará. Na manhã da última terça-feira (3), promotores da área de
Improbidade Administrativa do Ministério Público Estadual (MPE) e
policiais militares realizaram uma operação de busca e apreensão em uma
das empresas de Eduardo, em Castanhal: a ESalles Construções. O sobrinho
do governador e o prefeito Paulo Titan estão sendo investigados pelo
MPE por suposta participação em um esquema de fraudes fundiárias no
município, incluindo a emissão de títulos de terras irregulares.
O esquema é tão pesado, que, no ano
passado, o procurador de Justiça Nelson Medrado, que comanda as
investigações, chegou a cogitar, em entrevista ao DIÁRIO, a necessidade
de um recadastramento fundiário em Castanhal. Agora, no entanto, Medrado
não quis falar à reportagem sobre a operação, já que as investigações
se encontram em segredo de Justiça. Mas diversas fontes confirmaram ao
DIÁRIO a apreensão de títulos de terras pertencentes a Eduardo Salles,
que já prestou depoimento aos promotores.
O depoimento do sobrinho do governador
durou cerca de 1 hora e meia. Eduardo teria se mostrado “surpreso e
bastante contrariado” com a ação dos promotores. Teria até alegado que
estava passando mal, devido a problemas de pressão. Além de Medrado,
também participaram da operação a promotora Francys do Valle e oito
policiais militares, que trabalham no MP. Mas o suposto esquema de
fraudes em Castanhal não é o único escândalo a envolver o sobrinho de
Jatene.
Em 2013, foi revelado que Eduardo Salles
também era sócio na construção de um badalado loteamento em Castanhal: o
Salles Jardins. Além disso, o DIÁRIO descobriu, no ano passado, que o
loteamento Salles Jardins foi licenciado irregularmente pela Prefeitura
de Castanhal. E tem mais. A ESalles Construções está envolvida em
disputas judiciais pela posse de grandes áreas de terras, aparentemente
destinadas a empreendimentos imobiliários, e que teriam sido adquiridas
irregularmente.
VENDA SUSPEITA
Há mais de 3 anos -em abril de 2012 -, a
ESalles pagou R$ 1 milhão por um terreno em Ananindeua, na Região
Metropolitana de Belém (RMB). A venda é contestada pela Associação dos
Funcionários do Departamento de Estradas de Rodagens (DER), que afirma
ser a verdadeira proprietária do imóvel.
(Ana Célia Pinheiro/Diário do Pará/Pararijos NEWS)
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