Foto: Tarso Sarraf/O Liberal
Com certeza, os dados apresentados abaixo não chegam nem perto da
realidade que envolve o tráfico de pessoas no país. Mas, só o fato de já
se conseguir registrar números é um grande avanço. Antes, este era um
problema invisível e pouco falado. Porém, desde que ações e campanhas
passaram a ganhar força o crime de tráfico humano começou a ser
denunciado.
Os dados, referentes às denúncias de violações de direitos humanos,
especificamente aos casos de tráfico de pessoas, são da Coordenadoria de
Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Trabalho Escravo, ligada à
Secretaria Estadual de Direito e Justiça e Direitos Humanos. Segundo o
relatório, no período de janeiro de 2011 a dezembro 2014, 70 casos foram
registrados, sendo 53 relacionados ao tráfico de pessoas, 12 a outros
tipos de violações (homicídio, ameaça de morte, abuso sexual,
deportação, direitos trabalhistas, violência contra mulher) e 05 foram
situações diversas.
Nas denúncias relacionadas ao tráfico de pessoas a maioria das
vítimas, em um total de 29, eram do sexo feminino e 24 do sexo
masculino, predominando pessoas jovens na faixa etária entre 19 e 29
anos totalizando 28 casos. Os casos envolvendo adolescentes
corresponderam a 13, envolvendo um público adulto formado por 05
pessoas, na faixa etária de 41 a 56 anos; 4 casos na faixa etária de 30 a
40 anos e apenas 1 caso envolvendo criança.
A base de dados da Coordenadoria (2011/2014) apontou que 42 casos
estavam relacionados ao tráfico interno, os estados de destino que se
destacaram foram: o Pará com 18 casos, São Paulo com 16, seguidos de
Goiás com 04, Amapá com 02, Mato Grosso e Tocantins com 1. Com relação
aos estados onde ocorreu o aliciamento o Pará apresentou 35 casos, o Rio
Grande do Sul 6, Santa Catarina 5, Amazonas 3, Paraná 2, São Paulo e
Amapá ambos com 1.
No referido levantamento, foi observado que o Tráfico Internacional
também se destacou apresentando 11 casos que foram atendimentos,
indicando como maior destino os países: Suriname com 4 atendimento,
seguido por Espanha e Holanda com 2, Portugal, Suíça e Japão com 1
atendimento cada. Em relação à identificação das finalidades do tráfico
de pessoas averiguaram-se que 28 casos foram para exploração da
prostituição, 11 para exploração sexual, 07 para trabalho escravo, 04
para exploração do trabalho, 02 de trabalho infantojuvenil e 01 de
adoção ilegal.
Diante das estatísticas, ficou instituído em 14 de novembro de 2013
pela Assembleia Geral da ONU, a criação do Dia Mundial de Enfrentamento
ao Tráfico de Pessoas, comemorado no próximo dia 30. Na ocasião, é
amplamente difundida a Campanha Coração Azul, do Escritório das Nações
Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
A campanha no estado
A Semana Nacional de Mobilização é um movimento de sensibilização da
sociedade sobre a realidade do tráfico de pessoas e, ao mesmo tempo, uma
convocação nacional para o seu enfrentamento. A mobilização deste ano
no Estado do Pará acontece a partir de hoje e segue até o dia 30 de
julho e envolverá um conjunto de parceiros, como a Coordenadoria de
Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo, o Posto Avançado
de Atendimento Humanizado ao Migrante, o Comitê Estadual de
Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas – COETRAP e diversos órgãos Públicos
e organizações não governamentais.
A semana tem como objetivos ampliar o (re)conhecimento do fenômeno e a
mobilização da sociedade e das instituições, sejam públicas e privadas,
para o enfrentamento ao tráfico de pessoas; aumentar a participação da
sociedade civil e dos indivíduos; dar visibilidade às ações
desenvolvidas nesta temática; disseminar o tema nas redes sociais; e,
fazer com que a Campanha Coração Azul seja vista como uma plataforma
global para a prevenção e enfrentamento ao tráfico de pessoas, com foco
na comunicação e informação.
A Coordenadoria de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho
Escravo tem como papel fundamental a articulação com outros órgãos
governamentais e a sociedade civil, a fim de formular uma política
pública que garanta o respeito e a dignidade aos direitos dos
trabalhadores; além de elaborar e executar projetos de enfrentamento ao
tráfico de pessoas. A coordenação conta com o Comitê Estadual de
Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas composto por representantes de
órgãos governamentais (Federal, Estadual e Municipal) e da sociedade
civil organizada, responsáveis por monitorar as políticas públicas de
prevenção e enfrentamento ao tráfico de pessoas no âmbito do Estado,
efetuando articulações intersetoriais, monitoramentos, avaliações,
recomendações e proposições. Desta forma como diretrizes da Política
Nacional de enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e desenvolvimento das
ações dentro do Plano Estadual.
O mais importante nesta ação é a conscientização de que traficar
pessoas é crime e que é preciso denunciar. Quanto mais casos vierem à
tona, mais fácili será a fiscalização e investigação.
Denuncie: ligue 190 ( não precisa revelar a identidade)
(Pararijos NEWS)
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