A desapropriação de uma fazenda em Marabá e a destinação para uso
público das Glebas Buriti e Rio Maria, nos municípios de Sapucaia,
Xinguara e Curionópolis, permitirão a criação de 256 unidades agrícolas
familiares no sudeste paraense. Todos os assentados deverão estar
registrados no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do
Governo Federal. Os projetos de assentamento no Estado fazem parte da
ação de fortalecimento da reforma agrária, lançado no mês passado pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Em Marabá, os mais de 2,3 mil hectares da Fazenda Tibiriçá
possibilitarão a criação do Projeto de Assentamento Três Ilhas, que
abrigará 147 famílias de sem-terra. Os assentados ocupam a região às
proximidades da fazenda desde 2003. Coordenados pela Federação dos
Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), os sem-terra acamparam às
margens da estrada Rio Preto, vizinha à Fazenda Tibiriçá.
Em abril de 2004, o Incra, atendendo à solicitação dos trabalhadores
para vistoriar a fazenda em Marabá, atestou que as terras compunham uma
grande propriedade improdutiva. Em 2006, os proprietários da Fazenda
Tibiriçá entraram com mandado de segurança na Justiça Federal em Marabá,
solicitando a desapropriação.
O processo chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Somente em maio
do ano passado, a 2ª Vara Federal de Marabá pôs fim ao conflito agrário,
cassando a liminar e determinando o arquivamento do processo que
proibia o Incra de desapropriar a Fazenda Tibiriçá. Todos os
questionamentos jurídicos dos supostos proprietários da Tibiriçá foram
julgados pelo STJ e STF, sem chance de reverter a decisão.
Já em relação às Glebas Buriti e Rio Maria, a decisão do Incra de
reaver essas áreas públicas permitirá a criação de 109 unidades
agrícolas familiares. A área de 4,8 mil hectares, que envolve Sapucaia,
Xinguara e Curionópolis, dará origem ao Projeto de Assentamento Marajaí
dos Carajás, que deverá ser implantado pela Superintendência Regional do
Incra do Sul do Pará.
A ação de fortalecimento feita em conjunto por MDA e Incra instalou,
no último dia 23 de janeiro, a sala de situação de reforma agrária para
monitorar o assentamento de famílias e futuras desapropriações de
terras. A intenção do governo federal é que, por meio da ferramenta,
haja maior celeridade ao processo de reforma agrária.
De acordo com o ministro do MDA, Patrus Ananias, a ferramenta de
monitoramento já é tida como prioritária pelo governo e será
“fundamental para cumprirmos nosso objetivo estratégico de assentarmos,
em condições dignas, até o final do mandato da presidenta Dilma, as
famílias acampadas no Brasil”.
Além de fazer o levantamento detalhado das famílias acampadas – como
idade, escolaridade, aptidão para as atividades agrícolas e localização
do acampamento, a sala de situação também identificará as melhores
terras para assentar as famílias. O objetivo é que a área assegure
condições para a criação de assentamentos qualificados e economicamente
sustentáveis, com infraestrutura, acesso a recursos hídricos e
proximidade de mercados consumidores. (Pararijos NEWS)
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