Foto: Cristino Martins/ Arquivo O Liberal
O portal do jornal "Folha de S. Paulo" publicou ontem à noite que o
ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse, em seu acordo de delação
premiada, que pagou US$ 6 milhões em propina ao presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao senador Jader Barbalho (PMDB-PA). O
senador petista Delcídio do Amaral (MS), preso desde 25 de novembro,
também teria sido destinatário de outros US$ 2 milhões, conforme
Cerveró.
Os pagamentos não viriam de uma única obra, mas de um emaranhado de
propina arrecadada em vários contratos da diretoria internacional, de
acordo com Cerveró. Entre os contratos da área internacional sob
suspeita de corrupção estão a construção dos navios-sonda e a compra da
refinaria de Pasadena (EUA).
Embora a área internacional fosse feudo político do PMDB, Nestor
Cerveró disse que foi nomeado para o cargo graças ao peso político de
Delcídio - de quem havia sido braço-direito na área de gás da estatal
entre 1999 e 2001. Outro delator da operação, o lobista Fernando Soares,
o Fernando Baiano, tem uma versão parecida com a de Cerveró. Segundo
Baiano, Renan e Jader teriam recebido US$ 6 milhões de propinas em
contrato de navio-sonda, enquanto Delcídio teria ficado com uma
"comissão" de US$ 1,5 milhão referente à compra de Pasadena.
As acusações do lobista já são investigadas no curso de um inquérito
que corre em segredo de Justiça no Supremo Tribunal Federal (STF). O
ex-diretor concedeu depoimentos por quatro dias durante a semana
passada, na superintendência da Polícia Federal de Curitiba. Ele está
preso desde janeiro.
Já Delcídio está preso sob suspeita de tentar atrapalhar as
investigações da Lava Jato. O petista foi detido após ter sido gravado
em uma conversa com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, onde propôs
um plano de fuga e o pagamento de uma mesada em troca do silêncio do
agora delator.
O presidente do Senado nega a imputação feita pelo delator. Renan
Calheiros afirma que sua relação com empresas públicas e privadas nunca
ultrapassaram os "limites institucionais", segundo sua assessoria de
imprensa. De acordo com a "Folha", as defesas de Jader Barbalho e de
Delcídio do Amaral não responderam à reportagem na noite de ontem. (Pararijos NEWS)
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