Foto: Reprodução (TV Tapajós)
Após quatro meses preso na Penitenciária Agrícola Silvio Hall de
Moura, o ex-superintendente do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra) em Santarém, oeste do Pará, Luiz Bacelar
Guerreiro Júnior foi solto por meio de alvará, na noite de segunda-feira
(28), conforme informou a Superintendência do Sistema Penitenciário do
Pará (Susipe).
De acordo com a Susipe, o alvará de soltura foi expedido pelo juiz federal Antônio Carlos Almeida Campelo.
Em entrevista, o advogado de defesa informou que Bacelar
recebeu liberdade provisória após pagar fiança de R$5 mil e deve seguir
as seguintes recomendações: não se ausentar do município por mais de 30
dias sem comunicar à Justiça; não se comunicar com testemunhas;
comparecer a todos os atos; e não exercer atividade econômica
relacionada a madeira.
Entenda
Bacelar foi preso durante a operação "Madeira Limpa" da Polícia
Federal, deflagrada no dia 24 de agosto de 2015. No total, 21 pessoas
foram presas suspeitas de integrar a quadrilha. O esquema envolvia
empresários do ramo madeireiro e servidores públicos municipais,
estaduais e federais de vários municípios do Pará, de Manaus (AM) e de
Florianópolis (SC).
As investigações da Polícia Federal duraram oito meses, tendo
iniciado em 2014 e constatado que os servidores públicos formaram um
grupo que atuava em três núcleos: o primeiro concentrava os negociantes
de créditos florestais fictícios e empresas que recebiam madeira ilegal;
o segundo desmatava ilegalmente as áreas com permissão de servidores do
Incra; o terceiro vendia informações privilegiadas sobre fiscalizações
de órgãos ambientais e liberação de empresas irregulares.
Após dois dias da prisão, Bacelar foi exonerado do cargo de
superintendente do Incra. A portaria foi publicada no Diário Oficial da
União.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Bacelar permitia que
empresários do ramo da madeira explorassem ilegalmente assentamentos da
região. Na época, em entrevista, o advogado de defesa do
ex-superintendente garantiu que as acusações são improcedentes. “A
acusação de que ele participa de uma organização criminosa e que recebeu
dinheiro ou vantagem, para enquadrá-lo como corrupção passiva, iremos
comprovar que é improcedente”, disse o advogado Osmando Figueiredo. (Pararijos NEWS)
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