A eleição para a escolha do novo presidente do Clube do Remo está
marcada para o dia 13 de dezembro, isso porque a primeira, dia 8 último,
terminou em confusão e o resultado das urnas, com o empresário Pedro
Minowa como vencedor, anulado. A história toda da primeira eleição
direta dos 109 anos de história azulina só não é totalmente mal contada
porque ainda está inconclusa. A Chapa 2, que venceu o primeiro pleito,
entrou na Justiça Comum tentando validar o que foi escolhido nas urnas.
Pano para manga é o que não falta.
Curiosamente, ambas as chapas são faces da mesma moeda. São formadas
por pessoas que já vem trabalhando no Remo há algum tempo. Contratação
de um treinador jovem e que tenha capacidade de trabalhar com a base,
que nas promessas de campanhas será valorizada, a finalização das obras
no Baenão, política de pés no chão quanto aos gastos, etc. Em suma, tudo
o que vem sendo prometido nos últimos anos. O diferencial, e isso as
duas chapas fizeram, foi trazer a Belém empresas de consultoria
esportiva que farão um diagnóstico dos problemas do clube quanto ao
futebol profissional.
Os problemas e as obrigações de um clube do tamanho do Remo não se
resumem ao futebol profissional. Pelo contrário. Por mais que ainda seja
subaproveitada, a sede social da Avenida Nazaré ainda respira com
modalidades amadoras e, em especial, pela utilização de seu tradicional
parque aquático. Mas, é inegável que o futebol acaba gerando receita a
todos os setores do clube, direta e indiretamente. Sem dinheiro em caixa
para negociar jogadores para serem contratados ou irem embora e, ainda
por cima, sem tempo, os adversários das urnas ensaiaram uma aproximação
para tratar desse assunto, mas as conversas têm sido difíceis. Em pauta,
dentro das quatro linhas, três assuntos que de imediato têm que ser
resolvidos logo para evitar dissabores daqui a pouco tempo.
FUTEBOL
Carro chefe do clube, o futebol é um problema no Remo. Sem comissão
técnica e prestes a ficar sem elenco, o Remo já está atrás da maioria
dos demais times do Brasil nesse sentido, de montar uma equipe para
2015. Mais de 90% do elenco fica sem contrato até o fim de novembro,
sendo que os que têm vínculo não têm a menor garantia de que serão
aproveitados se levado em consideração o que fizeram nesta temporada.
Com exceção dos jogadores das categorias de base, que têm vínculo por
mais tempo, caso do atacante Rony, quem começa o ano que vem com
contrato são jogadores como o goleiro Fabiano, o meia Eduardo Ramos, o
lateral esquerdo Jadilson e o atacante Leandro Cearense. Estes dois
últimos têm compromisso até janeiro e maio, respectivamente, já os dois
primeiros têm mais um ano de contrato. “Não vamos mais fazer loucuras.
Nossas contratações terão que ser mais acertadas e com os pés no chão”,
comentou o ainda presidente Zeca Pirão, na última quinta-feira. O dilema
azulino não é pequeno, pois vê-se na obrigação de ter que investir no
Parazão, uma competição deficitária, para conquistar a vaga para a Série
D do Campeonato Brasileiro, que é igualmente deficitária, mas que pelo
menos garante o acesso a quem for bem nela.
BASE
Quando contratou Roberto Fernandes para comandar o Remo ainda no meio
do Campeonato Paraense, a diretoria do Remo praticamente jogou a pá de
cal sobre o discurso de valorização da base. Não é a característica do
técnico pernambucano dar muitas chances à garotada. A despeito de Rony
ter aparecido como grande revelação do clube no ano, isso se deu mais
pela inoperância dos demais atacantes. Leandro Cearense e Val Barreto
primaram pela irregularidade e Leandrão e Zé Soares... bem, deles a
torcida não quer nem lembrar. “Quem poderia imaginar que jogadores como
Leandrão, Athos, não dariam certo”, chegou a indagar Pirão na semana
passada. Se levado em consideração o passado recente desses e de outros
reforços do Remo esse ano, muita gente imaginou. Jovens valores como
Igor João, Warian Santos e Tsunami mal tiveram chances e hoje o clube
passa por um processo de resgate desses atletas, que ameaçaram ir
embora. Mas, o caso mais emblemático é de Jhonnathan, meia que de
titular absoluto passou a ser nem relacionado. Mais do que aproveitar a
garotada, o clube vai ter que dar mais estrutura para que novos valores
apareçam.
BAENÃO
“Temos investidores prontos para trabalharmos no Baenão assim que
formos eleitos. Assim como temos um CT já em condições se ser
utilizado”. Se a declaração de Pedro Minowa, dada antes do primeiro
pleito, não for apenas bravata de candidato, vai ao encontro do que o
clube necessita de imediato. A obra no Evandro Almeida precisava ser
feita, está em menos da metade. Gramado, revestimento de blindex e
reforma nas partes elétrica e hidráulica não são para serem ignoradas,
mas o caminho ainda é longo e árduo. “É um compromisso meu. Não posso
sair do clube sem finalizar o Baenão”, diz Pirão. É um desafio e tanto,
já que falta todo um lance de arquibancada e cadeiras, assim como a
construção dos camarotes. Por enquanto, o estádio azulino não está
liberado para jogos oficiais com mais de sete mil pessoas.
O Liberal
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